sexta-feira, 8 de abril de 2011

DEVERAS CURIOSO

O irregular e promíscuo funcionamento dos poderes públicos é a causa primeira de todas as outras desordens que assolam o país.

Independentemente do valor dos homens e das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supõem ser, por direito, os representantes da democracia. Exercendo de facto a soberania nacional, simultaneamente conspiram e criam entre si estranhas alianças de que apenas os beneficiários são os seus militantes mais activos.

A Presidência da Republica não tem força nem estabilidade.

O Parlamento oferece constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, escandalizando o país com o seu procedimento e, a inferior qualidade do seu trabalho.

Aos Ministérios falta coesão, autoridade e uma linha de rumo, não podendo assim governar, mesmo que alguns mais bem intencionados o pretendam fazer.

A Administração Pública, incluindo as autarquias, em vez de representar a unidade, a acção progressiva do estado e a vontade popular é um símbolo vivo da falta de colaboração geral, da irregularidade, da desorganização e do despesismo que gera, até nos melhores espíritos o cepticismo, a indiferença e o pessimismo.

Directamente ligada a esta desordem instalada, a desordem financeira e económica agrava a desordem política, num ciclo vicioso de males nacionais.

Ambas as situações somadas conduziram fatalmente à corrupção generalizada que se instalou…”

Meus amigos:

O que acabaram de ler não é cópia de nenhum artigo do “Público”, “Diário de Notícias” ou de qualquer revista.

Nem sequer é da minha autoria.

Contudo, é actual.

Trata-se de parte do primeiro capítulo de um livro agora posto à venda em Portugal e, que data de 1936!


Li-o, gostei e aconselho-o!


Mais logo já lhes forneço a imagem do livro.

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